quinta-feira, 8 de julho de 2010

Dar música aos livros #3 - Black Music



A lua prateada se escondeu
E o sol dourado apareceu
Amanheceu um lindo dia
Cheirando a alegria
Pois eu sonhei
E acordei pensando nela

Pois ela é minha menina
E eu sou o menino dela
Ela é o meu amor
E eu sou o amor todinho dela




Quando, naquele dia, voltava do liceu para casa, o autocarro em que seguia foi interceptado por três homens com UZI's e máscaras de Bin Laden, e Michael Philips - um adolescente norte-americano a viver no Rio de Janeiro - foi raptado e levado para o morro. Aí ficará em cativeiro, à espera que os seus sequestradores recebam o resgate. Este miúdo é negro e adora basquete e Jazz. He-man, chefe do morro e da «célula terrorista» que praticou o rapto, é um miúdo branco, franzino e pouco mais velho do que o rapaz sequestrado e tem ambições musicais: He-man quer ser "rapper". Para cuidar de «Maison Filipe», He-man destaca uma das suas namoradas, a boazona Jô. Está assim constituído o triângulo afectivo-musical, e o trio de narradores de "Black Music". Fugindo a registos realistas e hiperrealistas com que a literatura habitualmente trata o problema social das favelas e da criminalidade, Arthur Dapieve compõe esta história (e a de cada um dos seus personagens) como um diálogo em que mundos e referências musicais se cruzam, bem como sonhos e paixões. "Black Music" é uma nova forma de contar a violência.

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